terça-feira, 3 de março de 2015

Mais de 120 pessoas são indiciadas por fraudes em CNHs em MT Polícia pediu prisão preventiva de 36 pessoas envolvidas no esquema. Operação em 2013 prendeu 19 pessoas em cidades de MT, GO e TO.

Cento e vinte e cinco pessoas foram indiciadas por envolvimento em um esquema de fraudes para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) em Mato Grosso, Goiás e Tocantins. Segundo a assessoria da Polícia Civil de Mato Grosso, o inquérito da operação 'Fraus' foi concluído e os envolvidos indiciados no final de fevereiro. Todos os investigados, inclusive os líderes da quadrilha, respondem pelos crimes em liberdade.
G1 entrou em contato com a assessoria do Departamento de Trânsito de Mato Grosso (Detran-MT) que informou que todos os credenciamentos das escolas envolvidas na fraude foram suspensos. Ainda, o órgão informou que os servidores suspeitos já estavam respondendo a outros processos administrativos e os que não estavam tiveram os processos abertos após a descoberta da participação dos funcionários.

A operação ocorreu no dia 27 de novembro de 2013 quando 19 mandados de prisão foram cumpridos, além da condução de 116 pessoas. De acordo com a polícia, do total de indiciados, 36 pessoas tiveram pedido de prisão preventiva solicitada à Justiça por representarem perigo à ordem pública.
Ainda, foram indiciadas 18 pessoas relacionadas aos centros de formação de condutores (donos, recrutadores e agenciadores), 78 candidatos, 2 recrutadores que aliciavam diretamente os candidatos (sendo um servidor do posto do Detran de Uruana (GO) Goiás e outro de Barra do Garças (MT), 4 instrutores, 18 agentes públicos que autuavam como fiscais examinadores Detran-MT, 1 psicóloga e outras 4 pessoas que colaboraram com o esquema criminoso. 
Conforme a polícia, todos irão responder por vários crimes de corrupção passiva, ativa, formação de bando e quadrilha (atual crime de associação criminosa), falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistemas, estelionato, dentre outros.
A Polícia Civil estima que o esquema possa ter movimentado mais de R$ 500 mil, levando em conta que os valores variavam entre R$ 300 a R$ 5 mil, para a obtenção da CNH, e o tempo que a prática criminosa era articulada na região.

Investigação
O esquema criminoso era fomentado por candidatos com perfil analfabeto, semianalfabeto ou idosos. Grande parte deles eram moradores de Goiás. Os candidatos eram aprovados sem fazer provas práticas, teóricas ou de direção, e ainda conseguiam aprovação nos exames feitos por pessoas que se passavam por eles nas provas. As pessoas que compravam esse tipo de serviço pagavam valores entre R$ 600 até R$ 5 mil.

A fraude na emissão de carteiras ocorria por meio de endereços residenciais forjados para legitimar que os candidatos fizessem as provas no reduto em que operava o esquema ou fora do domicílio legal dos mesmos. Além disso a quadrilha também inseria fatos inexistentes ou inverídicos em documentos como exame psicotécnico, médico, aulas teóricas e práticas.
Segundo as investigações, as pessoas que integravam o esquema criminoso faziam provas no lugar dos verdadeiros candidatos

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